O QUE É
A manutenção preventiva é programada e recorrente, tendo os períodos calculados para manter determinado nível de segurança nos vários componentes com diferentes comportamentos em relação ao desgaste, fadiga, exposição e outros danos. A ideia é, utilizando cálculos e estatísticas, atuar antes da ocorrência da pane.
Similar àquelas dos automóveis, que envolvem desde calibragem de pneus e balanceamento até troca de óleo e revisões mecânicas, as aeronaves também possuem um plano de manutenção preventiva, obviamente bem mais sofisticado.
QUEM FISCALIZA
Assim como no automóvel o plano de manutenção de uma aeronave é emitido pelo fabricante, devendo ser aprovado pela autoridade aeronáutica do país da matrícula (prefixo, similar a “placa” dos carros). No Brasil é a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) que tem esta responsabilidade. Qualquer mudança neste procedimento necessita aprovação da ANAC, sendo estas intervenções fiscalizadas por esta agência, já que possuem “força de lei”, sendo seu descumprimento passível de penalidades severas para os responsáveis pela aeronave.
COMO FUNCIONA
As MANUTENÇÕES PREVENTIVAS compulsórias são aplicadas com base em HORAS DE USO, CICLOS (um ciclo é um conjunto pouso e decolagem) ou ainda TEMPO DECORRIDO. Assim sendo independentemente do uso, o simples decurso do tempo e ação dos elementos do meio ambiente pode determinar a necessidade de uma intervenção deste tipo para um elemento ou grupo de elementos.
Enquanto as horas de uso são mais facilmente relacionadas com o desgaste, nem sempre é intuitiva a necessidade de substituição por simples envelhecimento ou ciclagem. Para melhor compreender estas questões pense no comportamento de borrachas ou plásticos esquecidos que se apresentam quebradiços apenas pela ação do tempo (sol, umidade, temperatura, etc.).
Por outro lado existem momentos em que as solicitação mecânicas são extremas e estas ocorrem nos pousos e decolagens, muitas vezes exigindo os limites previstos nos projetos destas máquinas.
Nas aeronaves leves as VISTORIAS e MANUTENÇÕES são mais simples do que naquelas comerciais que carregam passageiros ou cargas, mas nem porisso são menos importantes.
VISTORIA
Na realidade a cada pouso e antes de cada decolagem o piloto deve executar uma cuidadosa VISTORIA, garantindo que nada fora do previsto ocorreu no último o voo e a aeronave está apta para voar novamente.
MANUTENÇÕES PROGRAMADAS
São aquelas determinadas pelo fabricante e que se repetem conforme USO, TEMPO e CICLOS, bem como se acionadas por uma VISTORIA.
Nas aeronaves leves são basicamente relacionadas com MOTOR, CÉLULA, HÉLICE e TREM DE POUSO, sendo estas duas últimas mais sensíveis quando envolvem casos especiais: hélice de passo variável e trem de pouso retrátil.
No caso das aeronaves leves a grande maioria das intervenções na prática é determinado pelo uso em número de horas, como é o exemplo da troca das velas e óleo do motor, sendo que estas se repetem durante toda a vida útil do motor.
Existem manutenções especiais, como aquelas que ocorrem nas primeiras horas de voo de uma aeronave nova, quando os elementos estão ainda se “acomodando” e porisso precisam de especial redobrada.
Outra manutenção especial muito conhecida é o “overhaul”, quando é feita uma verificação minuciosa de todas as partes de um determinado conjunto (motor por exemplo), substituindo-se muitas peças importantes ainda originais. O Overhaul normalmente representa elevado investimento e restaura as condições originais, sendo feito normalmente depois de um grande certo número de horas de voo.
BOLETIM OBRIGATÓRIO
As manutenções preventivas normalmente sofrem alterações conforme um determinado modelo de aeronave amadurece, já que o fabricante ajusta estas intervenções também com base nas estatísticas das ocorrências, podendo inclusive gerar um BOLETIM obrigatório, impedindo determinado modelo de voar enquanto não receber determinado procedimento, sendo esta uma das razões pelas quais as aeronaves são tão seguras.